Aquele dia que eu acordo já puto com tudo, bravo com o mundo. Um dia bem nublado, bem escuro, juro que vai chover, mas penso que nem pra isso aquele dia vai servir. Dia escroto, dia maldito. Quisera eu não ter nunca vivido aquele, que me dera nunca ter acordado.
Aquele dia que estou sem credito, rouco, de corpo doído. O abrir dos olhos doeu no corpo inteiro, maldito colchão. Não consegui me levantar logo que acordei, cobri-me com um cobertor que me deixa os pés de fora, a cama não me cabe, maldita cama mesa e banho. Após meia hora (no mínimo) consigo me levantar, droga! Dormi nu? Não me lembro. Maldito Adão!
Estou atrasado pro trabalho, maldito trabalho. O quarto está muito abafado, o ventilador não roda mais, vou tomar banho, cadê o sabonete? Maldito sabonete. Vou escovar os dentes, machuquei a gengiva, maldita escova. Vou fazer xixi, errei o vaso, maldita anatomia, maldita física. Vou me trocar, maldita regras empresariais, meu uniforme está sujo.
Vou pro trabalho a pé, tropeço, machuco o dedo mindinho, maldita pedra. Recebo uma mensagem: “Bom dia, meu amor =) eu te amo muito, hoje mais que ontem! – Sandaris”
Bendito dia, bendito colchão, bendita cama, mesa e banho, bendito trabalho, bendito sabonete invisível, bendita escova, bendita anatomia, bendita física, bendita empresa, bendita pedra, bendita operadora, bendita vida, bendita mulher. Eu, sortudo.
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